sexta-feira, 19 de junho de 2015

Projeto Afrodescendencia 2015

A Escola Estadual Brasil Novo, desde 2007 vem desenvolvendo o Projeto Afrodescendente, sendo que a cada ano é escolhido um sub tema, o qual é trabalhado de forma interdisciplinar e transversal.
O subtema deste do ano de 2014 é: “A evolução dos Quilombos no Amapá”, amparado pela Lei 10.639/03 pretendemos  aprofundar o estudo a respeito da inter-relação com o outro e através das atividades pedagógicas, mostrar à importância das relações socioculturais, trabalhando o histórico das etnias, a aceitação da identidade, a valorização das diferenças, priorizando a aprendizagem por meio da própria realidade do aluno. Promovendo assim, superar  o preconceito, a  discriminação e toda forma de racismo presente na sociedade, independente da cor, raça, língua ou religião.
Como população mais miscigenada do planeta , o Brasil é um caldeirão de manifestações culturais.
Durante os séculos de colonização, o território brasileiro foi palco de uma fusão entre as culturas indígenas, europeias, especialmente portuguesa e africana.
A comida africana reflete as tradições nativas da África , assim como influencias árabes, europeias e asiáticas. O continente africano é a segunda maior massa de terra do planeta e berço de milhares de tribos, etnias e grupos sociais.
Essa diversidade reflete-se na cozinha africana, no uso de ingredientes básicos assim como na preparação e técnicas culinárias. Essa obra introduz o tema Diversidade Cultural.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem, ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”(Nelso Mandela)
Esse trabalho fora desenvolvido por grupos de professores que foram em algumas comunidades mais próximas do Bairro Brasil Novo. A pesquisa em locus deu origem para:

Programação da culminancia do Projeto Afro
ABERTURA: Palavra da Diretora:
PROGRAMAÇÂO:
A escola Estadual Brasil Novo vem desenvolvendo o Projeto “Afrodescendencia: Possibilidade e Oportunidade” desde 2007 com o intuito de valorizar a cultura negra, garantir a implementação da Lei 10.639/03.Bem como despertar em seus seguimentos a
Esse ano de 2014, o Projeto desenvolveu o tema: “A Evolução dos Quilombos no Amapá”. Na tentativa de somar as iniciativas de recontar a trajetória
dos quilombos, recuperando uma importante parte da história do Brasil e contribuindo para a construção de Cidadania dos seus educando.
Sabemos que o Brasil fora constituíndo, através do encontro das três etnias: O índio guerreiro, o negro capoeirista e o europeu intelectual, mas que devido a miscigenação, a multiplicidade de cultura e valores, surgiu o mameluco, mulato, cafuzo, e com a entrada de muitos imigrantes essa cultura tornou-se mais diversificada, dando origem a esse povo multicolor.

OBS: Com o intuito de mostrar esse Brasil de várias línguas, povos e raças vamos assistir o coral Afro com a música “Todos os povos” da cantora Soraia Morais.

No entanto para recontarmos a história é necessário corrermos atrás da história não - oficial e pouco contada, por meio de participação de mulheres e homens negros, que tiveram coragem de formar a maior forma de lutar contra a escravidão.
Trata-se da formação de Quilombos, maior espaço físico, de sobrevivência e resistência  negra , edificados por vários lugares no País. Eram complexas organizações territóriais, militares e administrativas, cada qual com sua própria estrutura habitados por negros, índios, e as vezes até por brancos pobres. No Brasil destaca-se o Quilomlombo dos Palmares sendo o maior de todos que teve como líder Zumbi dos Palmares.
Na África, Kilombo era o nome dado a uma sociedade guerreira, com organização militar bastante rígida e eficaz.
Hoje, antropólogos e historiadores admitem que esses espaços foram sofrendo, modificações em sua estrutura e formação, que vai além de um lugar de escravos fugidos.
Atualmente, esses espaços são Comunidades remanescentes de quilombos  caracteriza-se pela predominância de negros , por serem comunidades rurais com atividades sócio-econômicas que integram a agricultura de subsistência, o extrativismo, a pesca , a caça, a pecuária tradicional, artesanato, a agroindústria (confecção de farinha, azeite, produtos de uso locais).
Há aquelas, que configuram com a permanência de negros, escravos e seus descendentes em antigas propriedades senhorais abandonadas ou doadas legalmente ou ainda, só de boca.
São comunidades que têm sua história  diferenciadas, porém que lutam  com prestígio para o reconhecimento de suas terras.
O quilombo da atualidade, nesse processo de resistência e sobrevivência, apresenta grande avanço, pois temos Celebridades na arte, danças, literaturas, matemática e tais conhecimentos podem ser vivenciados pelos alunos para que ao ampliar seus conhecimentos, possa valorizar e respeitar as diferentes manifestações afro amapaense dentro do contexto histórico brasileiro.
O Projeto nesse momento tem a honrra de apresentar a pesquisa etnográfica realizada em quatro comunidades do Amapá que são: Quilombolas do Maruamum, Torrão do Matapí, Curralinho e Curiaú.

OBS: Roda de Capoeira com o Prof.Igor do Programa Mais Educação.

OBS: Citação de poesias criadas pela turma 4º ano “A” da professora Aurea.


OBS: A dança do Marabaixo pela Comunidade Torrão do Matapí.

OBS: Desfile das alunas representando as Comunidades.


AGRADECIMENTO
·        Direção
·        Professores
·        Funcionários
·        Alunos
·        Pais de alunos
·        E todos que contribuíram direta ou indiretamente.




Comunidade Quilombola Torrão do Matapí

Torrão do Matapí
Iniciou com um cafezal
O Sr. José Arthur Torrinha
Era dono daquele local.

Situada na BR156
Na Rodovia Macapá Jarí
Em cima de um grande Monte
Está a Comunidade do Matapí.

Seu Pedro Mendes e D. Cândida
Negros, escravos de Mazagão.
Vieram com toda sua família.
Trabalhar naquele Torrão.

Como caseiro no cafezal.
Trouxe o sustento ao seu lar.
Seus filhos, cresceram e se casaram.
Formando uma comunidade familiar.

Com o sumiço do Sr. Torrinha.
E de Pedro Mendes, a eternidade.
Seu Benedito o Bilozão.
Registrou em seu nome, a propriedade.

Distribuindo a cada irmão
Um pedaço daquele chão.
Surgiram mais duas vilas
Trazendo grande transformação.

São Benetido é o padroeiro,
Daquela localidade, o principal.
Mas ainda tem a Sra. De Assunção,
E  São Tiago do Torrão.

Ali, o folclore é marcado,
Pela cobra grande que apareceu.
Assustando toda a população,
No Porto do seu Bilozão.

É uma história Verídica.
Que resultou em composição.
Cantada e tocada por Ronaldo Silva.
Com muita inspiração.
Autora :Maria Aurea Santos.

Comunidade Quilombola do Curralinho

“É ali, lá no curralzinho”
Era assim que todos diziam.
E por causa dessa expressão,
Todos,  esse lugar, conheciam.
É um cantinho sossegado,
Gente chegando bem de mansinho.
Da  Ilha Redonda e do Criaú
Formando o Curralinho.

No início, só tinha um capoal,
Pois era um pequeno curral.
Que bicho nenhum cercava,
Mas deu nome ao local.

Curralinho é uma comunidade nova
Que tem apenas 90 anos.
Com muita história e tradição,
Quem deu nome, foi seu Mariano.

Na BR 210 fica situada,
À 11 km de Macapá.
Depois do Posto Policial,
Dobrando à direita, num ramal.

O povo vive de roça,
De horta e criação do quintal.
Pra alimentar a famílias,
Ou vender nas feiras da Capital.

Os Programas Federais,
Ajudam também aquele povo.
Que faz voto profundo,
Na festa de São Raimundo.

No culto ao Glorioso Raimundo,
Que é santo de devoção.
Quando começa a festança,
Vem gente de toda  a direção.

Do curralzinho à Curralinho,
Tornou-se uma grande comunidade.
Que evolui culturalmente,
Com seus afrodescendentes.
Autora :Maria Aurea Santos.

Comunidade Quilombola Maruanum.
O Distrito do Maruanum,
Localizado ao sudeste do Amapá.
É uma comunidade quilombola,
À 80 Km de Macapá.

Originou-se de uma tribo indígena,
Que  habitava na região.
Marú e Anum foi o último casal,
Que restara naquele local.

Alguns escravos fugitivos,
Chegaram com potencial.
Tornando-se, novos moradores,
Mudando o Contexto cultural.

A maioria da comunidade,
São remanescentes de africanos.
Que fugiram da escravidão.
No período da Colonização.

Bem recebidos, pelo casal de índios,
Os quais quiseram agradecer.
Juntando as palavras: Marú e Anum,
O nome da comunidade veio aparecer.

Maruanum, lugar de ecoturismo,
Com fauna e flora, presença natural.
Com campos e várzeas, beleza exuberante!
Destacando seu poder artesanal.

Técnicas de negros e índios.
Senhoras artesãs abraçam o legado.
A Associação de louceiras,
Praticando a arte com barro molhado.

É uma comunidade estrutural,
Valoriza o ecológico e o cultural.
Um pedaço da África em plena Amazônia,
Que dança Marabaixo e faz suas cerimônias.
Autora :Maria Aurea Santos.

 Comunidade Quilombola Criaú
Das palavras Cria de criar e Mú de gado
Formou-se a palavra Criamú
Que com o passar do tempo
Evoluiu para Curiaú

Cria-ú de fora, Cria-ú de dentro
Cria-ú debaixo, Cria-ú de cima
É uma linda vila
Você nem imagina!

Localizada na AP70
À 12 km de Macapá
De fauna e flora diversificada
Lugar bom pra se banhar

Tempo atrás era apenas uma fazenda
Onde escravos negros vieram trabalhar
O proprietário Manoel Miranda ao falecer
Essa área aos negros veio pertencer

Hoje considerada como APA
Área de Preservação Ambiental
Pra que a população e os recursos
Mantenham sua beleza natural

È uma comunidade quilombola!
Peixes! Garças! São a graça do lugar
Marabaixo e batuque
No terreiro de Tia Chiquinhá
A cultura negra está presente
Na história do Amapá

Salve a Santa Maria!
Salve o São Joaquim!
E salve o Santo Antonio!
Que são padroeiros daqui
Pois no toque do tambor
Essa Vila é um esplendor!

Quilombo é habitação
Quilombo é evolução
Tem escritores, jornalistas
Tem poetas e muitos artistas!
Quilombo é meu chão
E amo de coração.
Autora :Maria Aurea Santos.


Poesia 2014 – Criadas pelos alunos de 4º ano
Tema: Discriminação não!






Gente sofrida com os pés no chão
Vamos tirar o bulliyng desta nação
Respeitando o coleguinha sem discriminação
Vamos nos unir, pro preconceito sair daqui.
Levante sua alegria, vislumbre sua cor
E acorde seus sentimentos
Pois você é negro vencedor.
Levante seu carinho, exponha a alegria
Não tenha vergonha, de entrar nesta folia.
Criança alegre, tem muito carinho
Seu dia é hoje,  dia de alforria.
Criança bonita, de história linda!
De coração bem forte, sabe o que é a vida.
A discriminação tem que acabar
A discriminação tem que terminar
Somos todos irmãos
E vamos por isso lutar. ( Maísa)

Verdade é felicidade
União é inspiração
Seja branco, índio ou negro
Devemos amá-los de coração. (Suely)

O martelo bate no prego
O prego é martelado
A saudade bate no peito
Somos cidadãos e merecemos respeito (Jadilene)

A união do negro
É sua  inspiração
Do fundo do coração
Fora discriminação! ( Marcel)

Levante a esperança e dê valor
E todas as crianças, cuidem com amor.
Levante a bandeira, exponha a esperança
De ter um mundo melhor pra todas as crianças.
Não tenha medo, lute por seus direitos
Exija da sociedade, mais respeito.
Criança é linda, tem muito que viver
E todos os seus direitos, tem que merecer.
Para ter bondade em nosso coração
Temos que acabar com a discriminação
E viveremos felizes
Em paz e união. (Jayane)

Quilombo é o meu chão.
Fora discriminação!
O negro é especial.
Preconceito não é legal. (Ewerton)

Coração fica na solidão quando tem discriminação
A verdade é linda e merece abraço nesse compasso. (Jhenifer Raíssa)

Caridade e verdade, vamos varrer a maldade.
O amor é o nosso valor
A união é a nossa inspiração
Pois somos todos irmãos. ( Paulo)

Negro são ótimas pessoas
Negro só faz coisas boas
Negro faz união, com pessoas do coração.
Negro merece respeito
Negro é amigo do peito
Sempre devemos valorizar
São moradores do meu lugar.
Vamos todos juntos respeitar
E um mundo melhor poder conquistar
O índio e o negro devemos amar
Essas pessoas temos que ajudar (Gabriel Ataíde)

Criança morena, de pele bem negra.
Seu dia é hoje. É dia da raça.
Criança bem linda, de história sofrida.
De raça bem forte que sabe vencer.
Não podemos deixar as pessoas tristes
Discriminação no mundo existe
Se lutarmos com amor fé e coragem
Amaremos todos da nossa cidade. (Yanick)

Serviço escravo e discriminação
Faz mal ao coração
Não é bom escravizar
Nem tão pouco discriminar.( Yane)

A verdade traz felicidade
Viver com amor sem discriminação
São princípios do meu coração. (Thiago Vieira)

O amor é uma coisa que todo o ser humano sente
O bulliyng, nos deixa descontente
Mas o amor de Deus não faz separação
Índio, branco e negro moram em seu coração (Marculino)

Viva o negro! Eles são nosso tesouros
A discriminação merece exclusão
E assim seremos
Uma verdadeira nação. (Waine)

Maldade e discriminação
Formam a desunião.
Viva o negro com todo respeito
Ele é nosso amigo do peito. (Debora Castro)


O respeito é precioso e o amor é gracioso.
Na mente e no coração,
Não tem que ter discriminação.( Débora Santos)

Levante sua força no brilho da estrela,
Não fique a sofrer, com o que dizem de você.
Levante sua alma, exponha seu amor.
Não tenha vergonha de estudar e ser doutor.
Criança bonita, do fundo do peito.
Seu dia é hoje exija respeito.
Fora discriminação!
Deve ser nosso grito de guerra.
De raça forte que agita a galera!( Fábio)

Não quero preconceito
Só quero amor e paz
Viva nossa Pátria
Somos todos capaz. (Paula Eduarda)
Levante a cabeça, pense bem.
Faça um carinho no rosto de alguém.
Levanto o meu escudo para defender.
O preconceito não tem mais poder.
A criança branquinha é respeitada,
E a negrinha, sempre ignorada.
Seja branco ou negro devemos respeitar.
Todas as crianças do nosso lugar.
O negro tem direitos, ele é bem presente.
Fora a Discriminação!
Devemos viver em união.(Aline)