BIOGRAFIA:
Maria Aurea dos Santos do Espírito Santo, nascida em 23/09/1971 em
Igarapé-Miri, município do Pará. Filha de Orivaldo Gonçalves do Espírito Santo
e Inês dos Santos do Espírito Santo. É concursada no Governo Estadual no Amapá,
cursou Magistério com Licenciatura em Pedagogia na UNIFAP/AP. Especialista em
Gestão do Trabalho Pedagógica:
Orientação e Supervisão pela Faculdade Atual no Amapá e Educação de Jovens e
adulto pela Instituto IFAP/AP, atualmente cursando Mestrado em Ciências da
Educação no Paraguai na Faculdade UNINTER. Atua como professora do Ensino
Fundamental I na Escola Estadual Brasil Novo, de cor negra, defende causas
relacionadas à relação étnico racial, na inclusão, na diversidade, no combate
ao racismo, discriminação e preconceito. Bem como questões sobre o Meio
Ambiente. Contato: (96) 991743388 (Wat), e-mail: aurea.santos10@gmail.com,
página no facebook: Educar a ação e meu blog: http://educaaao.blogspot.com.br/
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Título: “Resistência Negra”
1.
Literatura, negritude e Africanidade.
Vista a minha pele
De uma
terra muito distante
Vieram
os negros para o Brasil.
Deixando
famílias, riquezas e amigos,
Pra
construir um novo País.
Destruíram
seus mocambos
Negro
morreu de banzo
Despojaram
seus ideais,
Abafaram
sua cultura demais.
Aqui
neste País
Terra
de encantos mil.
A luta
de Zumbi
Valeu
pra mim e pra ti.
Mas o
rufar dos tambores,
E a
sinfonia do berimbau
Tornou
meu quilombo ideal.
E com a
Lei 10.639
Minha
escola ficou forte
Do
currículo escolar
Vou
então participar.
Hoje
tenho felicidade
Em
poder declarar minha identidade
Sou
Negra!
Sou
negro!
Vista a
minha pele!
Vista a
minha pele e venha comigo sambar.
Vista a
minha pele e capoeira vamos gingar.
Vista
minha pele e vamos todos marabaixar.
Canoeiro
Canoeiro, vai canoar.
Em pé na montaria, joga a vara, puxa a vara.
Empurra a canoa
Entre juncos e mururés, toca a boiada.
Canoeiro, vai canoar.
A banhista que o avista, registra sua manha.
Entre garças, ariranhas e o voo da piaçoca.
O boi boiado obedece e o canoeiro agradece.
Ao entardecer, essa cena é comum, nos campos do Criaú.
O negro quer
O
negro quer carinho, o negro quer amor.
O
negro quer amizade e não desamor.
O
negro quer vida, o negro quer paz.
O
negro quer cantar, dançar e tocar
Como
todo mundo faz.
Sem
preconceito, sem humilhação.
Quer
viver feliz, com paz no coração.
O
negro se libertou do sistema que o escravizou.
Não
existe só uma cor, raça ou religião.
O
negro quer compreensão.
Sim,
para a paz e não, para a guerra.
Se
todos derem as mãos abraçaremos a terra.
Não
importa se é branco, preto, rico ou pobre.
Devemos
amar a todos e ter um coração nobre.
Negro
quer vencer.
Lutar
capoeira, dançar Marabaixo.
Negro
quer samba, quer Rap
E
hip-hop, sem sair do compasso.
Negro
quer escola, quer trabalho e salário.
Quer
comer bem e ter bom vestuário.
Quer
dignidade e justiça,
Direitos
e deveres legais.
Omissão,
jamais!
O
negro não quer racismo, nem discriminação.
Já
passou desta fase faz um tempão.
Novos
ideais, novas conquistas,
O
negro quer ser sempre otimista.
Negro falador
Negro,
negro falador,
Fala
pra mim de sua dor.
Diz que
és um povo presente,
Porém
como gente quer plantar amor.
Negro,
negro falador.
Fala
aos descrentes,
Que
apenas és diferente,
Porém
como gente quer viver contente.
Negro,
negro falador.
Fala
pra mim de sua dor,
Ecoa o
teu tambor,
Dissemina
teor, mostra o teu valor.
Quer
criar, quer sambar,
Se
formar e exercer,
Seus
méritos com prazer.
Ensinar
os delinquentes,
Veem-se
competentes.
E
lhes falar que a vida é linda,
Quando
vivida e não sofrida.
Oh
negro falador fala e não cala!
Negro é
Negro
no Brasil, tem olhos pretos,
Azuis
ou castanho, de todo jeito.
Negro
é realista, calmo e feliz.
Amoroso,
sorridente, bem diferente.
Negro
é trabalhador, tem gente que não dá valor.
Tem
outros que desprezam o negro por sua
cor.
O
negro é inteligente da África é descendente.
O
negro é um presente principalmente pra gente.
Negro
trabalha tanto, enfrentando frio e calor.
Está
a contribuir com a construção do País.
Na vida ou na ciência
Nunca
esteve ausente
Pois
é um ser competente.
O
negro é humano e social.
A
capoeira, sua arte corporal.
Batuque
e Marabaixo, seu ritmo ancestral.
A
divindade, força espiritual.
Para
defendê-lo de todo o mal,
Isso
é muito legal!
Manifestações afro brasileiras
Nesta terra que tem
palmeiras
Onde canta o sabiá.
Trouxeram negros de tão
longe
Pra nesse País
escravizar.
Ao chegarem no Brasil
Terras de encantos mil.
Desenvolveram formas de proteção
Contra violência e repressão.
Os senhores dos engenhos, os via como banal.
O capitão do mato, só dava golpe fatal.
Então, a capoeira, era arte marcial.
Instrumento de resistência física e cultural.
Com o passar do tempo,
Muitas danças vieram se
manifestar:
Olodum, hip-hop, axé, carvalhada.
Fank, fandango, maracatu e raggar,
Rap, reggae, carimbo e
timbalada...
A história atual
Apresenta com honra
varonil
Vultos negros que
contribuíram
Na construção do
Brasil.
Acredito ser fundamental.
O reconhecimento afro brasileiro.
É um marco referencial,
Que legitima e garante, minha
identidade cultural.
Nada de discriminação
e preconceito
Práticas pejorativas.
No toque do tambor,
Fora essa visão
racista.
De escravo à cidadãos
Surgem heróis de coração.
Zumbi, rei palmarino.
Chico Rei o libertador.
Aleijadinho, o entalhador
Cruz e Souza, o abolicionista.
Machado de Assis, o romancista.
Pelé, o rei jogador.
Pixinguinha, tocador.
Grande Otelo, o ator.
Valeu tia Venina! E mestre Pavão!
Entes queridos do nosso Torrão.
E se tiver mais que falar...
São tantos nomes a recordar.
A valorização afro - brasileira deve continuar,
E a Lei
10.639 veio isso fortificar.
Enquanto isso em
Macapaba,
Como mãe Luzia, vou
partejar.
As garrafadas do Sacacá,
vou tomar.
E como mestre Julião,
vamos todos marabaixar.
A saga dos negros
Negros dançavam, cantavam e tocavam,
Na África, sua terra natal.
Sempre alegres pelas fartas colheitas,
Fertilidade, motivo dos festivais.
Mas sem esperar, sem direito a questionar,
Foram atacados e capturados.
E para várias partes do mundo,
Remanejados.
Nos navios negreiros,
Açoites, gritos e mortes.
Legiões de homens e mulheres,
Jogados a própria sorte.
O estalar dos chicotes,
Chibatadas hipócritas.
Pura demagogia...
De dor negro estremecia.
Roubaram-lhe a alma,
Direito de conviver em clã.
O banzo era o placar mortal.
Oh! Saudade da terra natal.
Ao chegarem ao Brasil,
Chicote no dorso da negrada.
O capitão do mato não perdoava,
E o sinhozinho era quem ordenava.
Tempos difíceis,
Pra quem vivia acorrentado.
Quando possível,
Pro Quilombo... Refugiado.
A Lei Aurea no papel,
Foi um grande libertário.
Uma ponta do Ice Berg,
Pra formar novos ideários.
Daqui pra frente, a resistência,
Casou-se com a arte e ciência.
E negros revolucionários,
Constituíram novos cenários.
Na política, arte, religião...
Economia, saúde e educação.
Em todos os aspectos sociais,
A manifestação afro é tenaz.
A negação étnico racial,
Cotidianamente.
Abstraindo o multiculturalismo,
Explicito a toda a gente.
Mas a voz que não quer calar.
Enamorou-se de determinação.
Pois negro precisa lutar,
Pela fala, visibilidade e participação.
Então, seu legado espalhou,
Em todo lugar que passou.
Pois muito contribuiu,
Para construção do Brasil.
Grito
de guerra
Meu
grito de guerra é o rufar dos tambores
Minh
’alma se enche de paz
Meu
torrão tem descendentes em cores
Mama
África meu Amapá.
Capoeira
ou marabaixeira,
Foram
expressões repletas de dor.
Hoje
eu sou feliz eu canto e danço.
Na
mãe África do equador.
Mama
África!
Macapaba,
Amapá.
Mama
África!
Bacaba,
Macapá.
Seguir em frente
Negro
forte, negro valente!
Enfrenta
as dificuldades
Como
toda gente.
Constrói
e cultiva
Com
muita alegria.
Sei
que o sofrimento
Atinge
o seu dia a dia.
Mas
hoje é cantor e doutor.
É
liberdade, é teor.
Alegria
e comunhão,
Entre
jovens e anciãos.
Harmonia
e coragem.
Educar
a nação é pura felicidade.
Canta,
canta minha gente,
Vamos
todos seguir em frente.
Inclusão
O
povo negro está em festa.
O
índio também se manifesta.
E
todos entram nesta inclusão.
São
formadores desta nação.
Eu
quero cantar!
Eu
quero dançar!
Eu
quero tocar!
Festa
bonita é pra comemorar.
É
a identidade do meu lugar.
MACAPÁ
Macapá,
terra boa de morar.
Bonita
mata! lindo céu!.
Há beleza
no Rio-Mar!
Pedra do
Guindaste, aves a voar.
Saúda quem
está a chegar.
Sentinela
Altaneira.
Com o nome
de palmeira.
Recanto
sagrado e amado,
És riqueza
brasileira.
Com olhar
de vencedores,
E amor no
coração.
Ao som de
flauta ou tambor,
Cantamos a
sua canção.
Bacaba,
Macapá.
Origens
Tupis,
Raízes
quilombolas.
Vislumbra
a glória,
Ao
anoitecer, desde a aurora.
É grande a
diversidade
Da iguaria
regional.
Exaltam a
fauna e a flora,
Nativas
neste local.
Deleite é
a Linha do Equador.
A
Fortaleza é um primor.
O Rio
Amazonas é viril.
Encantos
da terra varonil.
Capital no
Meio do Mundo.
Macapaba,
Tucujulandia,
Metropolitana,
Morena açucena,
Joia da
Amazônia.
Tens Aurea
Auriflama,
Que
enaltece a quem povoa.
Que
aguerridos e militantes,
Seguem
firmes e triunfantes.
Em plena
época de desmonte,
Marea na
resistência.
Combatendo
a diplomacia,
Com arte,
garra e ciência.
Com seu
artesanal
Embala os
festivais.
É forte o
manancial
Das
manifestações culturais.
Parabéns a
Macapá!
Do Marco
Norte ao Marco Sul.
Brilhai
como o Equinócio!
Adorável
terra Tucujú!
Aquarela Humana
Todo artista pinta sua obra,
Das cores que lhe convém.
Eu quero compor,
Meus versos em cores também.
Mostrar o possível!
O óbvio! O incrível!
Numa aquarela humana,
Que predomina o civil.
Cada cor um tom,
Um jeito, num quanti específico.
E na tela denotar,
Reflexo magnifico.
Fruto da miscigenação,
Preto, pardo, branco, amarelo...
Ver nas cores vislumbrar,
Uma imensa aquarela.
A cada pigmento,
Por trás um dilema.
Que pode também bombar,
Nas telas de cinema.
Faço jus ao colorido,
Que tem meu País querido.
Aquarela humana verdadeira,
É a nação brasileira.
2.
Quilombo, Disputas e Identidade
Amazônia
de pé
Úmida floresta da
América do Sul,
Refletes em tuas
águas, o imponente céu azul.
Influencias o
equilíbrio ambiental,
Ao planeta tens
papel principal.
“SOS Amazônia”! Grita
quem sabe amar,
Quem em seus rios
se banha e nas matas a fome vem saciar.
Verdejante! Majestosa!
Obra prima imperiosa!
No rebojo das
falácias, minhas lágrimas copiosas,
Molham o rosto que
estremece, da brutalidade asquerosa.
Líderes sem
escrúpulos! não veem o absurdo!
Que podem causar
dores, a ti floresta e aos moradores.
Visam ser a razão,
derrubar-te em teu próprio chão.
Acordos milionários
ferem direitos minerários,
Ao extrair do teu
interior recurso de mui valor.
Oh esfera monumental!
De fauna e flora excepcional!
O povo da floresta
não abre a guarda.
Indígenas,
quilombolas, ribeirinhos e muito mais.
A RENCA é um alento
pra esta esbelta nação.
É ordem e
progresso? Ou desordem e extinção?
Recua o inimigo
movido pela pressão.
Manter a vigília,
já! Suspender não é revogar!
Vai que o inimigo
resolva, com a caneta rabiscar.
Comprometendo o
destino de todos os amazônidas.
Por ti, todos, num
grito de fé:
“Queremos a
Amazônia de pé”
MEU
LAR
Meu lar indígena!
Meu lar afro!
Meu lar! Meu lar!
Terra de muitas palmeiras,
A açucena da Amazônia.
De montanhas e cachoeiras,
Assim é o Amapá.
Muitas vidas nos lagos e matas,
A diversidade reina nesse lugar.
A cultura sem par retrata,
Usos e costumes do além mar.
Capital desse rincão,
É o berço, casa e chão.
Aconchego de um lar.
Assim é Macapá.
QUILOMBO
Lugar arejado, núcleo de resistência.
Quilombo, mocambo ou terra de negros, fortificação.
Lugar arejado de meus antepassados.
Que hoje evolui com a cultura de um povo
miscigenação.
Quilombo é habitação, quilombo é evolução.
Tem escritores, jornalistas, tem poetas e muitos
artistas.
Quilombo é meu próprio chão, que amo de coração.
É um espaço natural que cultiva o cultural.
Quilombo é criatividade, quilombo é irmandade.
Tem um jeito diferente dos que vivem na cidade.
Quilombo vive a bailar nas cantorias que tem por lá.
Quilombo é assim, é pra viver e ser feliz.
Quilombo é garra, é raça, quilombo é a nossa casa.
Trabalha com a natureza e faz dela fortaleza.
Quilombo é um pedaço da África em plena Amazônia.
Que dança Marabaixo e faz suas cerimonias.
Quilombo não é só tranquilidade, é luta pela
equidade.
Hoje faz sua resistência com arte e ciência.
Quilombo é manifestação pela posse e preservação.
Quilombo é um aglomerado, um abrigo considerado.
Comunidade Quilombola
Torrão do Matapí
Torrão
do Matapí iniciou com um cafezal.
O
Sr. José Arthur Torrinha era dono daquele local.
Situada
na BR156, na Rodovia Macapá Jarí,
Em
cima de um Monte, formou-se a Comunidade do Matapí.
Seu
Pedro Mendes e D. Cândida, negros, escravos de Mazagão.
Vieram
com toda a família, trabalhar naquele Torrão.
Como
caseiro no cafezal, Trouxe o sustento ao seu lar.
Seus
filhos cresceram e se casaram, formando a comunidade familiar.
Com
o sumiço do Sr. Torrinha e de Pedro Mendes, a eternidade.
Seu
Benedito, o Bilozão, herdou toda propriedade.
Distribuindo
a cada irmão, um pedaço daquele chão.
Surgiram
mais duas vilas, trazendo grande transformação.
São
Benedito é o padroeiro, daquela localidade, o principal.
Mas
ainda tem a Sra. de Assunção e São Tiago
do Torrão.
Ali,
o folclore é marcado, pela cobra grande que apareceu.
Assustando
toda a população no Porto do seu Bilozão.
É
uma história Verídica, que resultou em composição.
Cantada
e tocada por Ronaldo Silva, com muita inspiração.
Comunidade
Quilombola do Curralinho
“É
ali, lá no curralzinho”, era assim que todos diziam.
E
por causa dessa expressão, todos, esse
lugar, conheciam.
É um
cantinho sossegado, gente chegando bem de mansinho.
Da
Ilha Redonda e do Criaú, formando o Curralinho.
No
início, só tinha um capoal, pois era um pequeno curral.
Que
bicho nenhum cercava, mas deu nome ao local.
Curralinho
é uma comunidade nova, que tem apenas 90 anos.
Com
muita história e tradição, quem deu nome, foi seu Mariano.
Na
BR210 fica situada, à 11 km de Macapá.
Depois
do Posto Policial, dobrando à direita, num ramal.
Os
comunitários vivem de roça, de horta e criação do quintal.
Pra
alimentar a famílias ou vender nas feiras da Capital.
Os
Programas Federais, ajudam também esse povo.
Que
faz voto profundo na festa de São Raimundo.
No
culto ao Glorioso Raimundo, que é santo de devoção.
Quando
começa a festança, vem gente de toda a
direção.
Do
curralzinho à Curralinho, tornou-se uma grande comunidade.
Que
evolui culturalmente, com seus afros remanescentes.
Comunidade
Quilombola Maruanum.
O
Distrito do Maruanum, localizado ao sudeste do Amapá.
É
uma comunidade quilombola, à 80 Km de Macapá.
Originou-se
de uma tribo indígena que habitava na região.
Marú
e Anum foi o último casal que restara naquele local.
Alguns
escravos fugitivos, chegaram com potencial.
Tornando-se,
novos moradores, mudando o Contexto cultural.
A
maioria da comunidade é remanescente de africanos.
Que
fugiram da escravidão no período da Colonização.
Bem
recebidos, pelo casal de índios, os quais quiseram agradecer.
Juntando
as palavras: Marú e Anum, o nome da comunidade veio aparecer.
Maruanum,
lugar de ecoturismo! Com fauna e flora, presença natural!
Com
campos e várzeas, beleza exuberante! Destacando seu poder artesanal.
Técnicas
de negros e índios, senhoras artesãs abraçam o legado.
A
Associação de louceiras, praticando a arte com barro molhado.
É
uma comunidade estrutural, valoriza o ecológico e o cultural.
Um
pedaço da África em plena Amazônia,
Que
dança Marabaixo e faz suas cerimônias
Comunidade
Quilombola do Criaú
Das palavras cria de
criar e mú de gado
Formou-se a palavra
Criamú
Que com o passar do
tempo
Evoluiu para Curiaú
Cria-ú de fora,
Cria-ú de dentro
Cria-ú debaixo,
Cria-ú de cima
È uma linda vila
Você nem imagina!
Localizada na AP70
A 12Km de Macapá.
De fauna e flora
diversificada
Lugar bom pra se
banhar.
Tempos atrás era
apenas um lugar
Onde negros
escravizados vieram morar.
Refugiados sim, mas
para garantir.
A liberdade que temos
aqui.
Hoje considerada como
APA
Área de Preservação
Ambiental.
Para que a população com
seus recursos
Mantenha sua beleza
natural.
É uma Comunidade
Quilombola,
Peixes! Garças! São a
graça do lugar.
Marabaixo e batuque
No terreiro da tia
Chiquinha.
A cultura negra está
presente
Na história do Amapá
Salve a Santa Maria!
Salve São Joaquim!
E salve o santo
Antônio,
Que são padroeiros
daqui.
Pois no toque do
tambor,
Minha vida é um
esplendor!
3.
Feminismo Negro
Mulheres
Empoderadas
Marabaixo é tradição no quintal da tia Chiquinha
Marabaixo é tradição com Gertrude ou tia Venina.
Marabaixo é tradição com floridas indumentárias.
Marabaixo é tradição com Danielle, Naíra e Laura.
Pega de cá, ou pega de lá, todas vieram pra somar.
É a mulherada empoderada no Estado do Amapá.
Então pega de cá ou pega de lá, roda a saia sem
parar.
É a mulherada empoderada no Estado do Amapá.
Marabaixo é tradição lá em Mazagão.
Verônica dos tambores toca um ladrão!...
Marabaixo é tradição em Campina Grande.
Chama a Del e pega as caixas que tu vás ver o que é
cantar comadre
Marabaixo é tradição, as moças do meu Torrão,
Com suas saias rodadas, volteiam no barracão.
Marabaixo é tradição, pra toda geração.
Tem meninas que não perdem um arrasta-pé no salão.
MULHER
O
que vemos?
Ferro,
pedra, algodão.
No
subsolo, na terra, no ar...
Mulher
é ação.
Pura
fascinação.
Rígida
como ferro.
Consistente
como pedra
Leve
como algodão.
Contradição?
Não!
Mulher não!
Pura
convicção.
Persistência
ferrenha
Pedraria
rara
Algodão
doce?
Mulher
mil.
Versátil.
Fascinação..,
Convicção...
A
alma da mulher,
Não
é coisa qualquer.
É
diversidade.
É
criatividade.
Mulheres empoderadas
Todas sorridentes,
nitidez presente.
Como beija-flor, soltam o
seu voou.
Hoje um belo dia! Dia de
alegria.
Mestiças de amor, que
revelam seu esplendor.
Rodeadas por joias raras.
Mulheres empoderadas.
Encantam e me seduz
Como raios de luz.
Vó, mãe e irmãs.
Tias, primas e amigas.
Te amo!
Je
t’aime!
I
love you!
Deus dos céus as abençoe.
E lhes deem profundo
amor.
Mulher, parabéns para
você.
Que tanto faz pra
merecer.
Negra de amor
Sinhozinho
venha ver
O
que no Brasil aconteceu.
Meu
pranto em alegria se converteu.
Com
a Lei 10.639
Minha
escola ficou forte.
Do
currículo escolar, vou participar.
Sou
negra! Sou negra!
Negra
é a etnia
Negra
é a cor,
Negra
de amor.
Sinhozinho
venha ver
O
que no Amapá aconteceu.
Minha
escola, o ensino fortaleceu.
E no
toque do tambor
Marabaixo
eu danço com amor.
Sou
feliz e brilho como o sol do Equador.
Sou
negra! Sou negra!
Negra
é a etnia
Negra
é a cor,
Negra
de amor.
Senhorzinho
venha ver
O
que em Macapá aconteceu.
A
tradição nas ruas visibilizou.
Pixaim
ou Sarará,
Meu
cabelo agora é moda.
Entre
nessa roda e venha comemorar
Sou
negra! Sou negra!
Negra
é a etnia
Negra
é a cor,
Negra
de amor.
Consciência da Mulher
Negra
Fui classificada ao máximo na cor, na aparência, na
estatura.
Na fala, no beiço, nariz e cabelo, a custa de pão, pau e
pano.
A Diáspora traçou meu destino, Mama África ficou para
traz.
A dor que imperava no “Tombadilho”, era que liberdade, eu
não tinha mais.
Ao avistar a terra do novo mundo, apesar da beleza
natural.
Foi me imposto, costumes e um nome, me distanciando de
meus ancestrais.
Mas não puderam calar minha voz, meu tambor, meu afoxé,
meu berimbau...
Meu jeito, meu credo, minha dança, incomodava destemidas
rivais.
Muitas lutas eu resisti, no quilombo me refugiei.
Pus em prática o que de raiz aprendi, pois esse chão era
minha nova grei.
Regado com sangue fraternal, liberdade no papel alcancei.
Pura demagogia racial, não foi inclusa no social.
Mesmo sendo parte do global, pelas conquistas de
direitos, lutei.
Mas a nomenclatura magistral me resumia apenas aos três
ps.
Difícil ser negra ou mulata, em plena política do
branqueamento.
Ainda bem que “Casa Grande & Senzala”,
reinterpretou-me triunfantemente.
Hoje com as conquistas vindouras, tenho meu livre
arbítrio.
De mostrar , o que sou e o que faço, afirmo-me do pó ao
aço.
A minha identidade, reflete pura beleza.
Que rufem os tambores, pois quero dizer:
“ Viva a Consciência da Mulher Negra”!
4. Discriminação,
preconceito e racismo.
Preconceitos
e descasos
Preconceitos e descasos
Provocam maus pensamentos
Nos domínios desta terra,
Negro cai no esquecimento.
Negro também tem amor.
Quem conhece esse povo
Reconhece seu valor
Negro também é nação.
Somos todos mestiços,
Mestiços de coração.
Responda-me amigo
Esclareça-me irmão.
Se na sua comunidade
Ainda tem discriminação?
Para ser igual aos outros,
O negro tem possibilidade.
Só depende de você,
Garantir-lhe oportunidade.
Diga não a discriminação
Estou
aqui de boa e venho pra te dizer,
Que
a discriminação não tem que acontecer...
Índio,
brancos e negros, são irmãos pra valer,
O
não a discriminação, só depende de você.
Devemos
respeitar a todos, para então ser respeitado,
A
escola nos ensina, sermos alunos educados.
Minha
força é de ferro, minha pele é de cor,
Minha
alma é de valor, minha fala é puro amor.
Sou uma
negra destemida, prego paz e harmonia.
Diga
não a discriminação, esse é meu lema, todo dia.
Preconceito
é burrice! Discriminação é tolice!
E o
racismo o quê que é? É falta de consideração.
Com
qualquer nação.
Nada
de preconceito! Tenha todo respeito!
A
Lei Aurea fez sua parte,
Zumbi
foi um grande Marte.
Pra
quê Bullying meu irmão?
Somos
todos cidadãos.
Toque
em minha mão e me dê um abraço,
Vamos
fazer uso deste pequeno espaço.
Respeite
meu Black Power! Respeite o meu falar!
Respeite
a minha cor! E amigos vás encontrar.
Somos
todos iguais, com diferentes ideais,
Somos
só uma nação. Diga não a discriminação!
Valorização merece
atenção
De
pele clara, de pele escura
De
fala branda ou fala dura.
Vejamos,
isso é um fato!
Tudo
igualzinho, seria chato.
Índio,
branco, negro, aí estão.
A
diferença é um Pendão.
O
bullinyng é sofredor
Queremos
paz e amor.
Não
apelidar! Pelo nome chamar.
Não
desrespeitar! E sim valorizar.
Não
xingar! Devemos cuidar,
Amar
e considerar.
Viva!
Viva a Valorização!
Fora
a discriminação!
Somos
todos irmãos.
Isso
merece atenção.
Cultivar a
irmandade
Não
importa ser negro ou branco
Não
importa foi Deus quem os fez.
Viva
a liberdade.
Devemos
cultivar a irmandade.
Amor
é um valor que todo o ser sente.
O
bulliyng, nos deixa descontente.
Com
amor e verdade
Vamos
varrer a maldade
O
amor de Divino não faz separação
Todos
moram em Seu coração.
Não
cabe a nós, tal desprezo,
Todos
devem ser amigos do peito.
Criança
Criança
guerreira com os pés no chão.
Que
vive nas ruas, mendigando o pão.
Sobe
o morro, desce o valado,
Buscando
comer um pedaço ou punhado.
Levante
sua alegria, vislumbre sua cor,
Acorde
seus sentimentos, ela é um primor.
Exponha
o sorriso, se encha de alegria,
Não
tenha vergonha de entrar nesta folia.
Criança
alegre, de muita ousadia,
Merece
segurança em todos os dias.
Não
tenhamos medo de cobrar seus direitos
Exigindo
da sociedade mais respeito.
As
crianças são lindas, têm o que viver.
Não
vamos deixa-las perecer.
Levante
a bandeira, transmita esperança,
Dê
um mundo melhor a todas as crianças.
Seja
branca ou negra devemos respeitar
Toda
a criança do nosso lugar.
Levante
a cabeça e pense bem,
Faça
um carinho no rosto de alguém.
Se
há bondade no coração,
Pelejemos
contra a discriminação.
Se
tivermos fé e respeito
Lutemos
contra o preconceito
Se
a vida inspira humanismo
Batalhemos
contra o racismo.
Independente
de credo, cor, ou religião,
Devemos
ter garra e prontidão.
Pra
defender a pequena cidadã,
Criança
é o futuro do amanhã.
Negro Vencedor
Na minha escuta,
Na minha fala,
Minha identidade se
constrói.
No meu agir,
No meu intervir,
É que eu digo onde dói.
É com chocalho,
É com tambor,
Que mostro com fervor.
A minha dança,
A Minha ânsia,
Compartilhada com amor.
E marabaixo, batuque e capoeira,
São minhas expressões.
De resistência, de
liderança...
Sou Negro, Negro vencedor.
Igualdade Racial
É tempo de amor,
Abraços de amigos.
Certeza do dia,
Cantando e sorrindo,
Alegria explodindo.
Eu e você, você e eu.
Igualdade racial.
Maneira de ver o outro,
De forma especial.
A começar por mim.
Vou me ver, me sentir
E entender,
Como é bom ter você.
Meu ir e vir, teu vir e
ir,
Tem toque e valor.
Respeito à diferença é
igual,
Igualdade racial.
Esperança
Ouviu-se um grito de Guerra
em silêncio.
As correntes apertavam os
pés descalços.
O corpo cambaleava, sobre o
solado.
As correntes apertavam as
mãos em punho
E o corpo cambaleava em
fileira e imune
Oh, oh oh!
Na mãe África, não estou.
Oh, oh oh!
Só saudade é o que restou.
Ouve-se um grito de guerra
em silêncio
Desmontes e violência.
Quanta imprudência!
Operários ou civis, entregues,
aos mil.
Na Pátria amada, de céu
anil.
Oh, oh, oh!
Na mãe África, não estou.
Oh, oh, oh!
Desconheço o que restou.
Ouviremos um grito de guerra
em silêncio
Dos que não se renderam e
tem argumento
A esperança renasce sobre o
asfalto
E o povo segue ao combate no
alvo.
Oh, oh, oh!
Na mãe África não estou.....
Oh, oh, oh!
A esperança é o que restou.