quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Escola Estadual Brasil Novo Projeto Afrodescendente: Possibilidade e Oportunidade Macapá-Ap. 2012 Escola Estadual Brasil Novo Diretora Julieta Ataíde Equipe Coordenadores: • Antônio Maria Rodrigues Reis • Claudia Barbosa da Silva • Giovana Guimarães da Costa • Julieta Ataíde da Costa • Lucilete Pereira de Souza • Maria Aurea dos Santos do Esp. Santo • Regiane de Souza Subtema: África Continente de Riquezas. Macapá-Ap. 2012 “A Educação e o ensino são as mais poderosas armas que podes usar para mudar o mundo”. ( Nelson Mandela) Metas Desenvolver atividades práticas e reflexivas que possibilite aos alunos conhecerem as riquezas do Continente africano, a fim de reconhecerem sua identidade cultural, cultivando a autoestima, o respeito pela diversidade e a valorização pela cultura local. APRESENTAÇÃO A Escola Estadual Brasil Novo localizada no bairro Brasil Novo, Rua Floreta nº 15, possui hoje uma clientela de aproximadamente de 510 alunos distribuídos nas séries do 1º ano a 4ª série do Ensino Fundamental I e EJA. Desde 2007 a instituição vem desenvolvendo projetos relacionados à temática africana destacando a cultura, a história, a diversidade e o respeito pelo povo africano. Entre eles, temos como eixo principal o projeto “Afrodescendente: possibilidade e Oportunidade”, garantindo a implementação da Lei 10.639/03 que assegura que as práticas pedagógicas educacionais valorizem a trajetória da história e da cultura afro-brasileira e africana. Este ano, a escola apresenta como subtema: “África continente de riquezas”, projeto que tem com o objetivo de Conhecer e valorizar as origens ancestrais e as riquezas da África, contribuindo para o enriquecimento do aluno, frente ao processo de aceitação da identidade negra ainda pouco discutida na escola. Dados estatísticos revelam indicadores sociais que contribuem para a negação do sujeito negro no Brasil, muitas vezes o negro só é visto como serviçal, bandido e nas novelas sempre aparece fazendo serviços de copeiro, empregada doméstica, motorista, etc.. Sendo que até os livros didáticos reforçam essa abordagem. A temática África continente de riquezas, proporcionará alternativas metodológicas contextualizadas com a realidade do aluno, deixando claro que a influencia e a diversidade africana e afro-brasileira está presente na maioria das manifestações culturais e sociais da comunidade na qual pertencemos, o que será de grande valia para levantar a autoestima, a aceitação da identidade negra, procurando superar o preconceito,a discriminação e toda forma de racismo presente em nossa sociedade, independente da cor, raça, língua ou religião. O projeto será desenvolvido em quatro dimensões: aulas, oficinas e palestra, visitas e a culminância que acontecerá no dia 29/11/2012 no horário das 14: 00 h as 21: 00 h na E. E. Brasil Novo com exposição científica e cultural. JUSTIFICATIVA A escola Brasil Novo pretende através do projeto África continente de riquezas mostrar aos alunos uma nova visão sobre o continente africano, que ressalte pontos positivos da participação da África como berço da civilização, que a muito tempo nos foi negado. “... As africanidades redesenham e redefinem a identidade nacional (...). Ainda que o discurso acadêmico e político tenham excluído durante séculos a experiência africana no Brasil, sua influência não deixou de exercer papel fundamental na construção desse país”. (OLIVEIRA, 2003, p.19). O projeto vai ampliar e enriquecer o conhecimento do educando, como também contribuirá para o processo de aceitação da identidade negra, autonomia de pensamento, respeito às diferenças, além da valorização da diversidade sociocultural africana e afro-brasileira, contribuindo para o desenvolvimento da comunidade. Abordar a pluralidade cultural do continente africano, não deve ser interpretado somente como exaltação dos elementos exóticos ou folclóricos. Além disso, é importante salientarmos que a África não é apenas (flora e fauna) animal selvagem, savana, guerra civil, fome, miséria e AIDS , é muito mais que isso é riqueza distribuída num continente com mais de 50 países. Portanto, compreender a necessidade de valorização da cultura e riqueza africana contidas na dança ,na literatura ,na culinária entre outros aspectos muito presentes na sociedade brasileira , é oportunizar de fato que as crianças tenham uma educação humanizada que valoriza e respeita as diferenças. Ressaltamos também, que o projeto proporcionará aos profissionais de educação presentes na escola conhecer a Lei 10.639/03, que torna obrigatório, incluir no seu plano curricular o estudo da história e cultura africana e afro-brasileira, trabalhando por meio da interdisciplinaridade e dos temas transversais. Dados do IBGE confirmam que a população amapaense é formada na sua maioria por pardos e negros e é reduto de uma grande concentração de Comunidades Quilombolas, possui uma série de personalidades afrodescendentes entre eles o mestre “Sacaca”, mãe “Luzia”, “Mestre Pilão”, escritores, cantores, artesãos e etc... E referenciais que consolidam a história e a cultura afro-brasileira no Amapá, como as festividades, as escolas de samba, os lugares de acesso afro que apresentam usos e costumes, legados de seus ancestrais. “...urge ampliar e aprimorar o processo de reflexão que está pautado em vários setores da sociedade brasileira com o objetivo de fortalecer a escola enquanto bem público, ampliando suas possibilidades democráticas de acesso e de qualidade para todos”(ROCHA). Esse acervo cultural enriquece a prática pedagógica e torna o conteúdo significativo para o aluno. OBJETIVO GERAL Conhecer e valorizar as origens ancestrais e as riquezas da África, contribuindo para o enriquecimento do aluno, frente ao processo de aceitação da identidade negra ainda pouco discutida na escola. OBJETIVOS ESPECÍFICOS • Valorizar a cultura africana, afro-brasileira e afro- amapaense. • Sensibilizar os alunos com estratégias pedagógicas diversificadas para a valorização da identidade afro-amapaense. • Incluir no planejamento a temática em discussão para garantir o cumprimento da Lei 10.639/03. • Conhecer e respeitar o modo de vida dos negros e descendentes em diversos tempos e espaços ( na África ,no Brasil, no Amapá ,na escola). • Discutir a contribuição da mão de obra negra para o desenvolvimento do Brasil. • Conhecer e valorizar os espaços de acesso afro no Estado como patrimônio cultural. • Desenvolver atividades lúdicas, flexibilidades, músicas e habilidades artísticas para a melhor compreensão da temática. • Garantir o princípio da integração, reconhecendo a importância de se conviver e aprender com as diferenças. • Compreender que a cosmovisão africana, reinventada em território brasileiro contribui para o enriquecimento do debate a cerca de questões ambientais, tecnológico, histórico, cultural e ético em nossa comunidade escolar e social. • Cultivar aprendizagem que vivencia situação de igualdade com todas as etnias, vendo a história do seu povo resgatada e respeitada. • Aborda as manifestações culturais tradicionais presentes na comunidade. • Realizar leitura de textos e produção de poesia que se referem a aceitação da identidade negra. • Identificar tradições e costumes familiares e semelhantes àquelas que se relacionam às tradições africanas reinventadas no Brasil, valorizando-as. • Resgatar a autoestima firmada na positividade das diferenças individuais e de grupos a partir da valorização da história da África. • Resgatar jogos e brincadeiras presentes na cultura africana e afro-brasileira . • Pesquisar referencias bibliográficas de artistas negros (as) ou que trabalham com a temática, estudando suas obras e suas biografias e aplicando nas atividades de sala de aula. FUNDAMETAÇÃO TEÓRICA As transformações mundiais decorrentes de um jeito de pensar a vida e lidar com o cotidiano provocam na sociedade e em especial nos educandos uma urgência para edificar princípios étnico-raciais de convivência, de escolha, de respeito e dignidade. A história do povo africano, de afros descendentes no Brasil, do povo indígena, do povo migrante, retrata essa busca por estudos e atitudes de igualdade que a escola deve trabalhar. “As formas de discriminação de qualquer natureza não têm o seu nascedouro na escola, porém o racismo, as desigualdades e discriminações correntes na sociedade perpassam por ali. Para que as instituições de ensino desempenhem a contento o papel de educar, é necessário que se constituam em espaço democrático de produção e divulgação de conhecimentos e de posturas que visam a uma sociedade justa” (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana-2005, p.14). A preocupação se desdobra com as pessoas excluídas e discriminadas, como tem acontecido com os afrodescendentes. Paulo Freire afirma: “A prática preconceituosa de raça, de classe, de gênero ofende a substantividade do ser humano e nega radicalmente a democracia”, colocando em risco o processo de ensino-aprendizagem. Porém, com o advento da Lei 10.639/03 surge uma nova luz, fazendo valer no currículo escolar a aplicação da lei na área de: História, Literatura e Arte a magnitude e a beleza das culturas especificamente dos afros descendentes brasileiros e africanos. Neste sentido, é possível visualizar horizontes plausíveis na formação de novos cidadãos na sociedade. E começando pelas escolas em parcerias com os pais ou responsáveis. “Uma escola se distingue por um ensino de qualidade, capaz de formar pessoas nos padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária, quando consegue: a proximar os alunos entre si; tratar as disciplinas como meios de conhecer melhor o mundo e as pessoas que nos rodeiam; e ter como cumprimento do projeto escolar” (MANTOAN, pag.62.2003) Uma nova relação nas diferenças inclusas, é a construção de saberes diversificados, respeitando o outro e a sua identidade, nesse processo de estudo das diversidades abordaremos a importância, o valor e de se conhecer o objeto central que é a Lei 10.639/03. Acolhendo o outro como parte significativa e singular dentro de um mesmo planeta que é a nossa casa nossa morada. ... ”uma política educacional em que os negros, sujeitos concretos e singulares sejam aceitos e acolhidos no ambiente escolar partilhando com todos os outros grupos sociais, iguais oportunidades” (ROCHA). A adoção de atitudes respeitosas em relação à diversidade torna-se uma questão salutar para o enfrentamento de práticas discriminatórias através de estratégias específicas e construtivas. Sabemos que não há receitas para abordar de modo satisfatório a temática relativa à diversidade. Porém, a escola exerce uma função social, ela é um espaço público e de formação cidadã, promovendo o desenvolvimento do convívio sociocultural e democrático. “Este propósito só será atingido se for possível construir uma cultura cotidiana de reconhecimento da diversidade, do respeito ás diferenças e peculiaridades da população brasileira que é pluri-cultural e multirracial. A população negra brasileira, anseia e reivindica que o direito à educação seja respeitado como estabelece a Constituição Brasileira”(ROCHA). Nesse caso, a escola deve buscar informações sobre a temática e conhecer experiências exitosas de respeito às diferenças que possibilitem ao educando aceitar e respeitar suas raízes étnicas. No entanto, em favor desta abordagem, é necessário que todos os seguimentos da instituição educacional abracem a causa. Quando o processo educativo é entendido como desenvolvimento humano e a escola corresponde como um espaço sociocultural, certamente estaremos impulsionando reflexões e ações no cotidiano, combatendo toda forma de práticas pejorativas em detrimento do reconhecimento e da aceitação que o ser humano estabelece, dentro e fora de sala de aula. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 1ª Etapa - Conhecimento • Debate e aulas expositivas realizadas nas salas de aula • Pesquisas de diferentes fontes bibliográficas • Construção de painéis com fotos das crianças em sala de aula • Criação de poesias confeccionadas pelos próprios alunos • Utilização dos ambientes da escola (Lied e Telessala) • Incorporar literaturas, filmes e musicalidade que ressalte a temática 2ª Etapa – Atividades paralelas • Parcerias com órgãos públicos (NEER, UNA, SEAFRO) • Visitas a lugares de acesso afro: UNA, Museu Sacacá, SEAFRO, Comunidades Quilombolas... • Participação em concursos de premiação da SEAFRO • Palestra e oficina com todos os funcionários • Ensaios para as apresentações de palco • Montagem de painéis, murais, malocas, stands 3ª Etapa – Culminância • Mostra Científica – Exposição das produções dos alunos -14: 00 as 17: 00hs . • Apresentação de palco – Apresentação de danças, músicas, jograis, dramatizações, poesias, paródias... – 17: 30 as 21: 00hs. RECURSOS Nº ITEM UNIDADE VALOR Material de divulgação 01 camisas 50 750,00 02 Folders para a programação 500 150,00 03 Faixas 02 40,00 04 Anuncio na rádio local 03 semanas 90,00 05 Contratação de som 01 dia 300,00 06 Impressão e encadernação (livro de poesias) 50 500,00 Material de apoio 05 Copos descartáveis 1000 25,00 06 Refrigerante 10 pct 50,00 07 Papel Higiênico 2 fardos 60,00 08 Papel toalha 3 pct 10,00 09 Salgados e doces 4 centos 120,00 10 Papel A/4 5 resmas 70,00 11 Canetas esferográficas 01 cx 40,00 12 Tinta para impressora cor preta 01 Tonner 190,00 13 Tinta para impressora colorida 01 Tonner 190,00 14 Data show 01 _ 15 Microfones 01 _ 16 Caixa amplificada 01 _ 17 Notebook 01 _ 18 Papel 40 kg 50 90,00 19 TNT 05 peças 450,00 20 Tinta guache 40 potes 120,00 21 Cola branca e de isopor 24 tubos de cada 182,00 22 Barbante 12 rolos 54,00 23 Tecido branco 50m 375,00 24 Tecido colorido 50m 600,00 CRONOGRAMA Data Atividade a ser desenvolvida Responsável 29/02 A 03/03/12 Discussão sobre a elaboração do projeto Gestora/técnicos/ Coordenadores 28 A 31/05/12 Adequação/formulação do projeto Coordenadores e professores 04/08/2012 Exposição do Projeto para os professores Coordenadores 11/08 /12 Divisão das tarefas Coordenadores 01/11/12 Palestra com todos os funcionários NEER 11/08 a 29/11/12 Supervisionar o andamento do projeto Coordenadores 11/08 a 28/11/12 Ensaios Professor/alunos 18/11 /12 Visita na UNA Professor/alunos 28/11/12 Ornamentação Equipe de professores 29/11/12 Culminância/2012 Escola e Comunidade AVALIAÇÃO O presente projeto estará avaliando a participação motivada e a construção do aprendizado contextual do aluno por meio de nota e conceito, através de registros fotográficos, entrevistas, pesquisas, depoimentos, debates, produções escritas, coletas de dados e exposição oral e artísticas, levando em consideração o empenho, criatividade e compromisso. Observando os pontos favoráveis e possíveis contra tempo. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente Projeto Afrodescendente realizado na E. E. Brasil Novo é fundamental para a construção das ações educativas de combate ao racismo, ao preconceito e a discriminação por encaminhar estratégias de ensino e atividades com experiências de vida dos alunos, dos professores e da comunidade. Este ano, o Projeto Afrodescendente vem explorando a riqueza sobre o continente africano, vinculando suas raízes ancestrais e proporcionando desta forma uma melhor compreensão das manifestações culturais afro, da contribuição dos africanos para a construção histórico-social do nosso país e a aceitação da identidade racial. Esperamos que este trabalho de ensino, através de atividades práticas e discursivas nos ajude a despertar e a mobilizar todos os envolvidos em busca de uma educação de qualidade, visando mudanças sociais tão importantes para o desenvolvimento de uma nação. REFERÊNCIAS Carta Fundamental – Editora Confiança Ltda. Alamedos Santos1.800, 7º andar.São Paulo-SP. FREIRE, Paulo. Pedagógia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa – São Paulo, Paz e Terra, 2011. MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? – São Paulo: Moderna,2003. – (Coleção Cotidiano Escolar) . Ministério da Educação/Secretaria da Educação continuada, Alfabetização e Diversidade – Orientações e ações para a Educação das Relações Étnico-Raciais.Brasília:SECAD,2006. OLIVEIRA, David Eduardo de. Estudo para a inserção da história e cultura africana e afro-brasileira no currículo escolar: educação infantil, ensino fundamental, médio e superior. Brasília: MEC/Secad, 2000. OLIVEIRA, David Eduardo de. Cosmovisão africana no Brasil: elementos para uma filosofia afrodescendente. Fortaleza: LCR, 2003. PCns,Parâmetros Curriculares Nacionais – Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF,1997. ROCHA, Rosa Margarida de Carvalho. A pedagogia da tradição: as dimensões do ensinar e do aprender no cotidiano das comunidades afro-brasileiras/ Mestre em Educação e Consultora Educacional. E-mail: rosamargaridacarvalho@yahoo.com.br SECRETARIA ESPECIAL DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Brasília: SEPPIR, 2004.

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